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Pessoas com mais influência atualmente nas empresas

O que determina a influência de um indivíduo no mundo empresarial atual? Para alguns, ´e o resultado final – a riqueza. O dinheiro não é tudo, mas os líderes de empresas que construíram empresas com preços das ações em constante aumento criaram algo que todos querem comprar, pelo que faz sentido que inspirem respeito.

Mas também vivemos em tempos de rápidas mudanças, nos quais as novas tecnologias estão a revolucionar empresas tradicionais, pelo que muitos de nós olhamos para os líderes de empresas de alta tecnologia, para perceber qual é o futuro. Da mesma forma, as mudanças sociais estão refletidas na natureza em mudança da liderança empresarial, à medida que uma nova geração de empreendedoras ultrapassa os limites convencionais e agita os conselhos de administração. 

Estas são algumas das pessoas com mais influência atualmente nas empresas Saídas das fileiras da riqueza, as conhecedoras de tecnologias e estrelas em ascensão femininas, representam o pináculo da liderança empresarial e oferecem alguns sinais sobre o possível rumo do futuro.

 

A lista dos ricos

Existem muitas formas de avaliar o sucesso empresarial mas o dinheiro nunca pode ser ignorado. Uma decisão apenas dos líderes empresariais bilionários pode transformar o curso de indústrias inteiras. A sua influência é inegável. Então, quem lidera a lista dos ricos para 2017?

Nos últimos meses a coroa tem mudado de mãos entre o fundador da Microsoft e filantropo global, Bill Gates, e o fundador da Amazon, Jeff Bezos, à medida das flutuações das ações das respetivas empresas. Bezos possui uma fortuna estimada em mais de 90 mil milhões de dólares. Nada mau para um homem cujo primeiro emprego foi passar os verões a reparar tratores. Depois de estudar em Princeton, Bezos trabalhou em Wall Street em software financeiro antes de desistir do emprego para vender livros online a partir de uma garagem em Seattle em 1994.

Foi uma decisão arriscada, mas com a Amazon a dominar agora o mercado de retalho online e a capturar 53% do seu crescimento, Bezos afirmou numa conferência recente sobre tecnologia da Summit Series: “Se tivesse falhado, quando tivesse 80 anos estaria muito orgulhoso de ter tentado.” Bezos também possui interesses nos meios de comunicação, tendo comprado o The Washington Post em 2013 por 250 milhões de dólares. Com uma paixão pelo espaço, está a desenvolver um foguetão reutilizável capaz de transportar passageiros, através da sua empresa aeroespacial, a Blue Origin.

Jeff Bezos, Amazon (Mark Wilson/Getty Images)

O bilionário retalhista, que subiu na vida pelo seu próprio pulso, Amancio Ortega, e fundou a conhecida marca de moda Zara, também tem ocupado momentaneamente o primeiro lugar durante os últimos anos. Nascido em 1936 na cidade de Busdongo de Arbas em Espanha, o empreendedor desistiu da escola aos 14 anos para trabalhar como moço de recados de uma loja de roupa. Mais tarde fundou a Inditex, que é atualmente o maior retalhista de vestuário do mundo. Além da Zara, a empresa é proprietária de outras oito marcas de retalho e opera mais de 7.000 lojas em todos o mundo, com um lucro anual de 25,7 mil milhões de dólares avaliado em janeiro de 2017. Não contente com o facto de possuir 59% da Inditex, Ortega também possui propriedades premium de escritórios e retalho em todo o mundo, incluindo um dos maiores arranha-céus em Espanha. Apesar da sua riqueza e influência no mercado retalhista, é conhecido por ser muito reservado e discreto, almoçando todos os dias com os seus funcionários na cafetaria da empresa.

O investidor Warren Buffett e Mark Zuckerberg do Facebook completam o top cinco para 2017. Após o falecimento de Liliane Bettencourt, a herdeira da L’Oréal, em setembro, Alice Walton, a filha do fundador da Wal Mart, Sam Walton, é agora a mulher mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em 33,8 mil milhões de dólares.

 

Empreendedores revolucionários 

Uma vez que a tecnologia está a impulsionar o crescimento empresarial, não é surpreendente que algumas das pessoas mais ricas do mundo sejam precisamente as que estão por trás das maiores empresas tecnológicas do mundo, incluindo Bill Gates, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e o CEO da Apple, Tim Cook.

Mas talvez não exista ninguém com maior capacidade para capturar a imaginação com a sua ambição e inclinação para o espetáculo do que Elon Musk, o CEO da SpaceX e da Tesla. O empreendedor sul-africano criou a sua primeira empresa tecnológica em 1995, antes de criar a empresa que viria a ser a PayPal em 1999. Desde então, o retorno desse investimento ajudou-o a dar origem a novas aventuras empresariais na tecnologia espacial e automóvel. Com uma fortuna estimada em 20,8 mil milhões de dólares, afirma que os seus objetivos vão para além do sucesso empresarial, visando atingir a sustentabilidade global e possibilitando a vida humana noutros planetas. 

Elon Musk, Tesla e SpaceX (Axelle/Bauer-Griffin/FilmMagic)

Uma figura muito mais discreta, mas não menos influente, é o atual CEO da Google, Sundar Pichai. Nascido em Chennai, no sudeste da Índia, passou os primeiros anos da sua vida sem confortos modernos como um frigorífico. Depois de estudar engenharia, com uma bolsa de estudos em Stanford, e apoiado por um ano de poupanças familiares, aventurou-se em Silicon Valley. Começou a trabalhar na Google em 2004, desempenhando um papel crucial na criação do browser Chrome. Depois de os fundadores da empresa, Larry Page e Sergey Brin, se terem mudado para a empresa-mãe da Google, a Alphabet, Pichai assumiu a liderança. 

Tendo já supervisionado sete produtos durante o seu mandato enquanto CEO e tendo anunciado uma mudança da abordagem de "mobilidade primeiro" para "inteligência artificial primeiro", a sua liderança vai definir o curso de um dos maiores gigantes tecnológicos do mundo. Em entrevista recente ao The Guardian , afirmou: “Pretendemos democratizar a tecnologia. Assim que qualquer pessoa tem acesso a um computador e conetividade, a pesquisa funciona da mesma forma, tanto se é um laureado com um prémio Nobel ou apenas uma criança com um computador."

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, que está a desbravar novos caminhos além do Windows com dispositivos interessantes e serviços na nuvem, e Reed Hastings, cofundador e CEO da Netflix, são também influenciadores chave na esfera da tecnologia. E a próxima geração de estrelas ascendentes está já à porta, como o CEO do Snapchat, Evan Spiegel, que se tornou o líder mais jovem de uma empresa pública no início de 2017.

 

Mulheres do mundo empresarial

Os últimos 20 anos têm apresentado progressos significativos nos direitos das mulheres no mundo desenvolvido. Mas esse sucesso ainda não é visível nos cargos das salas de reuniões de conselhos. Isso significa que as que foram bem-sucedidas se transformaram naturalmente em figuras de destaque de um movimento mais amplo de mudança social, não apenas nas respetivas indústrias.

Entre elas encontra-se a COO do Facebook, Sheryl Sandberg, uma das mulheres mais influentes do mundo. Depois de exercer funções como Chefe de Gabinete do Departamento do Tesouro durante a administração de Bill Clinton e de trabalhar para a Google, passou a ser COO do Facebook em 2008, supervisionando as operações comerciais da rede social. Em 2012, Sandberg passou a ser o oitavo membro do conselho de diretores do Facebook, e a primeira mulher entre eles. O seu livro best-seller, Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar  desencadeou um movimento na igualdade entre os sexos e na delegação de funções às mulheres no mercado de trabalho. Tem agora uma fortuna avaliada em mais de mil milhões de dólares.

A CEO do YouTube, Susan Wojcicki, é também uma força a ter em conta e uma poderosa defensora da igualdade entre os sexos. Foi contratada como a 16.ª funcionária da Google em 1999, começando as suas funções como a primeira diretora de marketing do motor de pesquisa e posteriormente liderou todo o marketing e comércio. Sob a sua orientação, a Google adquiriu a plataforma de vídeo YouTube em 2006 por 1,65 mil milhões de dólares. Tem exercido as funções de CEO desde fevereiro de 2014 e a empresa tem agora um valor estimado em 90 mil milhões de dólares. Com Silicon Valley estando sob escrutínio pela sua atmosfera de "clube para rapazes", ela escreveu: “Os CEO tecnológicos devem fazer da diversidade de género uma prioridade pessoal.”

Em 2004, Mary Barra agitou outra indústria dominada pelo sexo masculino quando ascendeu à posição de CEO da General Motors, onde tem impressionado com ações decisivas e uma visão estratégica clara. No ano passado, a empresa atingiu o seu maior aumento de vendas em muitos anos e o stock aumentou em 25% em 12 meses.

Mary Barra, General Motors (Bill Pugliano/Getty Images)

Num mundo no qual uma nova ideia concebida numa cave pode revolucionar indústrias inteiras, não existe espaço para a complacência para aqueles que pretendem manter-se relevantes nos negócios. Estes líderes empresariais podem estar agora na dianteira da riqueza, inovação e mudança social, mas quem pode saber quem estará na liderança amanhã?